Como cuidar da barba em tempo de coronavírus

Ninguém precisa raspar a barba para se proteger. É fake news. Porém os pelos faciais e o cabelo são ambientes propícios para a proliferação do vírus.

Por Wilson Weigl

Atenção, barbudos, um aviso logo de cara: ninguém precisa raspar a barba para se proteger do coronavírus. Se você leu o contrário, é fake news.
A orientação da raspagem é voltada a profissionais de saúde, pois os pelos dificultam a colocação perfeita da máscara. Mas é verdade, porém, que pelos faciais são “abrigos” propícios para o vírus. Por isso, não devem ser tocados com as mãos sujas e precisam de limpeza frequente. Mas não é preciso radicalizar e raspar: basta dobrar a atenção para o jeito com que você se relaciona com sua barba.

O principal cuidado é evitar tocar a barba se as mãos não estiverem absolutamente limpas. Muitos homens alisam e passam a mão nos pelos, como um gesto inconsciente. Daí fica ainda mais importante a recomendação de sempre higienizar as mãos (com sabonete e álcool gel), já que elas estão em contato constante com a boca, nariz e olhos.

“Barba e bigode podem ser um meio de se contaminar caso o homem toque os pelos com as mãos não higienizadas”, diz a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Por outro lado, caso o homem esteja infectado (mesmo sem sintomas), a barba pode alojar o vírus, vindo das secreções, facilitando a transmissão, segundo a médica.

Eliminar totalmente a barba só vale como uma atitude extrema se você não consegue controlar muito bem as mãos durante este período de risco. “Não existe nenhuma recomendação dos órgãos sanitários para que homens retirem a barba como medida de segurança para reduzir o contágio”, confirma o dermatologista Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

“Não há necessidade de remover a barba, a não ser que você queira ter uma preocupação a menos. Porém, se você continuar com a barba, é fundamental higienizá-la muito bem todos os dias”, recomenda Paola Pomerantzeff.

A limpeza pode ser feita com produtos específicos para o cuidado dos pelos faciais, como shampoos. Pois o shampoo de cabelo não é formulado para ser usado no rosto: além de a pele do rosto ser diferente do couro cabeludo, os fios da barba são mais grossos e secos do que os do cabelo.

Outro ponto importante é que os bons shampoos de barba tratam também a pele. Muitos homens dispensam a maior atenção aos pelos e esquecem da pele que existe embaixo deles. Coceira, irritação, descamação, espinhas, pelos encravados e foliculite são consequências de pele ressecada e mal higienizada sob os pelos. A barba acumula sujeira (resíduos, sebo do rosto, poeira, poluição) que contaminam a pele.

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E o cabelo? Vale a mesma recomendação da barba: mantê-los sempre limpos e evitar ficar mexendo neles com as mãos não higienizadas. “Preste muita atenção para não tocar nos fios caso suas mãos não estejam devidamente limpas”, diz a doutora Paola.

No caso dos cabelos longos, uma boa ideia é prendê-los num rabo de cavalo caso haja a necessidade de sair de casa. Mas sem puxá-los com força demais. “Puxar e esticar demais os fios faz com que, a longo prazo, o cabelo fique mais ralo e com falhas na região da testa e do contorno do rosto, um problema conhecido como alopecia de tração”, explica a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Devemos ter em mente que as medidas mais importantes para evitar o contágio são manter distância mínima de 1 metro das outras pessoas, evitar abraços, beijos e apertos de mãos, lavar as mãos com sabonete e água ou álcool gel e, em caso de suspeita da contaminação, usar máscara e permanecer isolado”, finaliza o médico Jardis Volpe.

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