Dezembrite: como sobreviver ao estresse de fim de ano

Ansiedade, fadiga e irritação desta época do ano aumentam riscos de desenvolver – ou piorar – problemas de sono, estômago e coração. Veja como sobreviver a dezembro.

Homem No Espelho- estresse de final de ano causa problemas de saúde

Por Wilson Weigl

Comprar presentes, encarar shoppings lotados, participar de festinhas de confraternização, organizar a viagem de réveillon, finalizar as pendências no trabalho, fazer planejamento para o ano que vem… Quem consegue lidar bem com as obrigações em dezembro? O estresse, a ansiedade e a irritabilidade provocados pelo corre-corre podem detonar a saúde, tanto física quanto mental. 

Uma pesquisa feita pela Isma-BR (Internacional Stress Management Association Brasil) revelou que o nível de estresse do brasileiro aumenta em média, 75% em dezembro! Essa é a época da epidemia de “dezembrite”, que, embora não seja uma doença, prejudica a saúde ou piora problemas já existentes.

Tudo bem, você pode achar estranha a denominação, mas aposto que conhece muito bem a sensação de afobação desta época.

Homem No Espelho- estresse de final de ano causa problemas de saúde

“A sobrecarga de tensões e a sensação de ter que resolver uma infinidade de pendências até o fim do ano pioram as doenças crônicas como problemas estomacais e cardíacos”, afirma Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Hospital CEMA, de São Paulo.

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Cérebro entra em parafuso pela fadiga mental

Além do cansaço físico, que aumenta com a correria, há a fadiga mental. Quantas vezes você terminou dezembro frustrado por não ter conseguido fazer tudo que queria? Temos a noção de que o final do ano deve ser o encerramento de um ciclo para o início de uma nova fase, e a sensação de ter pendências e resoluções não concluídas pode colocar para baixo nossa moral, levando a sentimentos depressivos, angústia e tristeza.

O cérebro entra em parafuso com tanta demanda e expectativa geradas nesta fase, o que se reflete no sono. São dias sem dormir bem, quando não de insônia, remoendo o que ainda resta por fazer. Na manhã seguinte, você levanta acabado, querendo morrer só de pensar no dia que tem pela frente.

Estômago: vítima dos excessos das ceias

E o estômago? Ele é uma das maiores vítimas dos excessos de dezembro. “O exagero de comida e o abuso do álcool nas festas trazem repercussões orgânicas importantes, principalmente para os indivíduos com gastrite, pressão alta, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas. Vale lembrar também que a bebida alcoólica aumenta a frequência cardíaca e favorece arritmias, além de aumentar a pressão arterial. Por isso, a dica é não exagerar nas ceias”, diz Carlos Alberto Pastore.

A ansiedade gerada pelo excesso de expectativa também pode ser extremamente nociva ao coração. Não à toa, nesta época aumentam as ocorrências de problemas cardíacos em hospitais. “É comum recebermos pacientes que desenvolveram algo grave cujo gatilho foi justamente o estresse de Natal e Ano-Novo”, conta o médico.

Coração: aumento da frequência cardíaca e da pressão

Por que o coração é tão afetado? “O aumento da ansiedade estimula a liberação dos hormônios do estresse, como a adrenalina e cortisol, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Isso favorece infartos e acidentes vasculares cerebrais, os derrames”, explica Pastore. Os americanos têm até um nome para o problema: Holiday Heart Syndrome (algo como Síndrome do Coração nas Festas de Fim de Ano).

Homem No Espelho- estresse de final de ano causa problemas de saúde

Dicas para evitar ao máximo o estresse

Se organizar, evitar os contratempos, baixar a bola e conter a ansiedade. Essas são as chaves para “sobreviver” a esta fase. Parece difícil, mas você consegue! Veja algumas dicas para não padecer de “dezembrite”.

  • Organize uma agenda de compromissos dia por dia (coloque no papel; não confie apenas na memória ou vai se embananar).
  • Resolva pendências pela internet, sempre que possível, para não ter que se deslocar para cima e para baixo no trânsito.
  • Compre os presentes online (observando bem os prazos de entrega, é claro).
  • Diminua seu nível de exigência consigo mesmo: faça só o que é capaz de dar conta. E não se culpe pelo que deixou de fazer.
  • Pense no lado prazeroso de cada compromisso ou atividade (deve existir um, pelo menos).
  • Delegue, delegue… Distribua tarefas para a família ou seus subordinados, não queira fazer tudo sozinho.
  • Equilibre os compromissos com atividades relaxantes e exercícios físicos. Faça caminhada, corra, pedale, não falte na academia.
  • Mantenha uma alimentação equilibrada, reserve tempo para as refeições e evite comer porcarias na rua.
  • Evite os “balanços” pessoais de fim de ano: 1 de janeiro é só mais um dia no calendário, não necessariamente o começo de uma nova vida.
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