O guia dos sapatos para você andar com estilo

Você sabe quais sapatos o homem deve ter? Para ajudá-lo a dar os passos corretos em direção a dias mais estilosos, veja nosso guia dos calçados masculinos.

Homem No Espelho - Guia dos sapatos masculinos

Falar de sapato é uma questão de estilo e, também, de história. Na região onde fica hoje a Armênia, mais ou menos 5 mil anos atrás, na mesma época em que inventaram a escrita e a roda, o primeiro sapato era criado pelo homem.

Desde então nossos calçados evoluíram muito, obrigado.

Mas pulando alguns milênios para frente, até 2015, você sabe quais são os principais modelos que um homem moderno deve ter em sua coleção? E quando usá-los? Para responder isso e te ajudar a dar os passos corretos em direção a dias mais estilosos, fizemos um guia absolutamente completo dos sapatos masculinos.

Confira quais são os diferentes tipos, como eles surgiram e as ocasiões mais adequadas para usar cada um deles:

 OXFORD

Sapato Oxford Masculino

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Se você assistiu “Kingsman — Serviço Secreto”, o filme mais estiloso de 2015 até agora, deve se lembrar da obsessão de Colin Firth pelo sapato Oxford. E isso tem uma boa explicação: ele é um clássico que nunca sai de moda.

O que define o Oxford, principalmente, são os furos do cadarço que ficam no próprio corpo do sapato. Não se sabe exatamente onde ele foi inventado. As hipóteses mais aceitas são Irlanda ou Escócia. Mas é fato que o modelo foi popularizado na Inglaterra, pelos estudantes da Universidade de Oxford (daí seu nome) no começo do século 19.

Existem diversas variações do Oxford —material, cor, corte. Mas há um modelo curinga que todo homem precisa ter no armário: o preto básico, de couro, perfeito para usar com terno.

DERBY

Sapato Derby Masculino

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À primeira vista, o Derby é muito parecido com o Oxford. E eles de fato são. Qual é a sutil diferença entre os dois, então? No Derby os furos do cadarço ficam numa aba costurada.

Pode-se dizer que o Derby literalmente mudou a história do mundo. Ele surgiu quando um general da Prússia, durante as Guerras Napoleônicas, achou que seus soldados estavam perdendo agilidade na preparação das batalhas por causa de suas botas fechadas. A solução que ele encontrou? Criar um modelo de laço aberto, que inclusive dava mais conforto para quem tinha pés largos. As tropas dele derrotariam mais tarde, em união com os ingleses, Napoleão em Waterloo.

A bota recebeu seu nome como homenagem: Blucher. E a versão de cano curto dela, que nas décadas seguintes se popularizou entre esportistas e caçadores, virou o Derby.

Por sua história, o Derby é considerado um pouco mais casual do que o Oxford, especialmente quando é de camurça. Mas também funciona com alfaiataria.

BROGUE

Sapato Brogue Masculino

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O Brogue na verdade não é um modelo de sapato e, sim, os furinhos decorativos que eles recebem. Mas o nome acabou se popularizando como um tipo de sapato. Então você pode ter um Oxford Brogue, um Derby Brogue, uma bota Brogue e assim por diante.

Ninguém sabe a época exata em que o Brogue surgiu, mas acredita-se que foi na Irlanda, quando os trabalhadores começaram a perfurar seus sapatos para, assim, a água drenar mais rápido em serviços externos. As primeiras referências do Brogue como item de estilo, no entanto, remetem ao início do século 20.

Tradicionalmente o Brogue é um sapato casual, mas com o tempo ele acabou adotando uma característica bem versátil. Fica igualmente lindo com jeans e terno.

MONK STRAP

Sapato Monk Strap Masculino

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Qual é a chance de um sapato que tem “monge” no nome ser legal? Poucas. Mas o Monk Strap é uma exceção à regra. E apesar de ser pouco usado no Brasil, ele está super em alta na Europa e nos Estados Unidos.

No lugar do cadarço, o Monk Strap traz alça e fivela. A versão com duas fivelas, o Double Monk Strap, é a mais popular.

Sua história vem de vários séculos atrás, quando os monges europeus decidiram trocar suas sandálias por estes sapatos, buscando mais proteção para os pés.

Nas últimas décadas o Monk Strap ganhou status fashion e, assim como o Brogue, é bastante versátil, indicado para eventos formais e casuais.

LOAFER E MOCASSIM

Loafer-Mocassim-Sapato-Masculino

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Muitas pessoas se confundem em relação ao Loafer (esquerda) e Mocassim (direita), achando que são nomes diferentes para o mesmo tipo de sapato. Isso não é verdade, apesar da semelhança entre eles.

O Mocassim é um sapato usado há séculos pelos índios norte-americanos. Ele é reconhecido pela costura lateral e por ser fechado, ou seja, não precisa de cadarço ou fivela para amarrar. Até pode ter cadarço, mas é meramente decorativo.

Já o Loafer, que traz as mesmas características descritas acima, possui duas versões para sua origem: ele teria sido criado pela nobreza inglesa para ser usado em casa ou por um norueguês que visitou os EUA e desenvolveu uma versão modernizada do Mocassim, ao misturá-lo com um calçado tradicional dos pescadores escandinavos.

Qual é a diferença deles? Tal como o Oxford e o Derby, o Loafer tem salto baixo e sola separada. O Mocassim não tem nada disso, é um corpo único. Mas pode trazer na sola alguns cravos (o chamado Mocassim Driver) ou uma camada fina de plástico. Em geral ambos vêm com uma faixa de couro na parte superior do pé, às vezes adornada por um detalhe de metal.

Os dois têm uma pegada mais casual, principalmente os modelos de camurça. Mas você pode usar com blazer tranquilamente e ficará na estica.

TOP SIDER OU DOCKSIDE

Sapato Boat Shoe Masculino

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Ok, o calor apertou. E agora? Hora de tirar do armário os Boat Shoes, mais popularmente conhecidos como Top Sider ou Dockside, que em sua essência são iguais, apenas foram lançados por marcas diferentes.

O Top Sider foi criado por um velejador que, cansado de escorregar no deck do barco, se inspirou nas patas do seu cocker spaniel (que conseguia correr no gelo com muito equilíbrio) para cortar a sola do seu sapato num padrão semelhante, com o objetivo de ganhar tração. Deu certo e, em 1935, ele lançou a marca Sperry, que se popularizou nas décadas seguintes entres os marinheiros e até hoje está em atividade.

Já o Dockside foi lançado em 1970 pela Sebago, seguindo a mesma fórmula, mas prometendo uma qualidade superior em relação aos Boat Shoes da Sperry. E eles cumpriram a promessa, tanto que na década seguinte virou um trend mundial. Outra diferença? Enquanto o Top Sider nasceu feito em lona, o Dockside vaio ao mundo em couro.

O que define o Boat Shoe originalmente, portanto, é o solado riscado. Ele lembra um híbrido do Mocassim (por sua costura) com o Derby (pelo cadarço). Mas os Boat Shoes acabaram ganhando outro detalhe marcante com o tempo: o sistema de amarração em 360 graus.

Ele é perfeito para os dias quentes e eventos diurnos, inclusive casando bem com bermuda.

PS: Se você sentiu falta do sapatênis na lista, há uma explicação. Ao contrário dos sapatos apresentados aqui, que são clássicos à prova do tempo, ele é um modelo datado — e sua onda já passou. O sapatênis pode até ser prático e não chega exatamente a atrapalhar o look, mas tampouco acrescenta personalidade ao seu estilo. Melhor investir num dos sapatos desta lista ou num tênis casual.

Artigo publicado originalmente em nosso parceiro El Hombre; clique aqui para conhecer o site.

Sobre o autor: Pedro Nogueira

Pedro Nogueira oficial

Criador e editor-chefe do El Hombre. Colaborou as principais revistas masculinas do Brasil antes de decidir lançar o site.

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