Quanto tempo o protetor solar dura na pele?

Muitos homens ficam confusos sobre a necessidade de reaplicar o filtro depois de um tempo ou após entrar no mar ou na piscina. Tire todas suas dúvidas.

Homem No Espelho - Quanto tempo o protetor solar dura na pele

Por Wilson Weigl

É obrigatório passar protetor solar no rosto e no corpo sempre que se expor ao sol. Isso você já está cansado de saber e provavelmente segue a regra. A confusão reside na necessidade de reaplicar o filtro depois de um tempo ou após entrar no mar ou na piscina. Muitos homens passam o protetor uma vez só, ficam o dia todo na praia e acham que está tudo bem. São várias as dúvidas sobre essa obrigatoriedade de reaplicação do produto. É por que o filtro deixa de agir na pele? É por que o filtro sai na água, mesmo que a gente só se molhe? Será que um filtro com FPS 90 dura mais na pele do que outro com FPS 30 ou 50?

Muita gente opta pelo FPS alto achando que terá um tempo de proteção prolongado. “O número do Fator de Proteção Solar (FPS) não tem relação com sua durabilidade na pele. Indica apenas o nível de proteção contra a radiação ultravioleta, ou seja, a potência do filtro. Ao contrário da crença popular, ele não influencia o tempo de reaplicação. Um protetor solar FPS 90, por exemplo, não dura mais na pele do que um FPS 50”, explica o farmacêutico Maurizio Pupo, consultor em cosmetologia, autor do livro Tratado de Fotoproteção e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da marca Ada Tina Italy.

A regra é conhecida: quanto mais forte o sol, mais alto deve ser o FPS, especialmente para que tem pele clara. Um FPS acima de 50 também deve ser usado quando a exposição ao sol for prolongada, como na praia, na piscina ou em outras atividades ao ar livre, segundo o farmacêutico.

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Passar o filtro uma vez só, tipo ao chegar na praia, não garante proteção. Os dermatologistas recomendam a reaplicação a cada duas horas ou depois de entrar no mar ou na piscina — mesmo que você tenha acabado de passar. Apesar de muitos produtos prometerem resistir à água, ela vai retirar muito dessa proteção, principalmente se você ficar bastante tempo na água.

Portanto, por melhor que seja o filtro solar, a recomendação é se secar e reaplicar. Depois do mergulho no mar, se possível tome uma ducha de água doce para retirar o sal da pele antes de reaplicar o filtro. No caso de estar transpirando muito — mesmo sem ter entrado na água — deve passar novamente o protetor.

Homem No Espelho - Quanto tempo o protetor solar dura na pele

Proteção UVB X proteção UVA

Uma informação importante é que, na verdade, o índice FPS indica apenas o nível de proteção contra a radiação UVB, que causa o sinal mais evidente da ação do sol na pele: o eritema, a vermelhidão causada pela dilatação dos vasos sanguíneos. “Os raios UVB queimam e danificam a epiderme, camada superficial da pele, mas os raios UVA penetram até sua camada profunda, a derme, provocando rugas, manchas e câncer”, diz a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A radiação UVB é mais abundante entre as 10h e 16h, mas a UVA afeta a pele o dia inteiro, o ano todo, é pouco percebida por ser indolor e atravessa nuvens e vidros”, completa.

Por isso, é preciso prestar atenção no rótulo se o protetor solar oferece proteção PPD (sigla de Persistant Pigment Darkening). “Nesse caso, o PPD ideal é a partir de 10 e deve representar um terço do FPS”, esclarece Claudia Marçal. Os melhores filtros solares são aqueles de “amplo espectro”, que protegem a pele dos raios UVA , UVB e infravermelhos e do envelhecimento, por conter ativos antioxidantes, afirma a médica.

Então, ao escolher um bom protetor solar deve-se checar no rótulo três propriedades: oferecer no mínimo FPS 30, proteção de amplo espectro e resistência à água. “Nem todos os protetores oferecem esses três itens essenciais”, alerta Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica Gru Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Ideal é que o produto seja indicado por um dermatologista para ser adequado ao seu tipo de pele, evitando problemas como ressecamento ou oleosidade excessiva”.

Em relação ao tipo de pele, produtos em gel e sérum são indicados para pele oleosa, enquanto as loções e cremes são indicados para pele mais seca. “Mas se sua pele é muito oleosa ou propensa à acne, você deve procurar na embalagem se o filtro é ‘antioleosidade’ e ‘não-comedogênico’, que não obstrui os poros”, diz Daniel Cassiano. Para as peles mais secas, deve-se procurar no rótulo se o produto oferece maior hidratação.

12 horas de proteção?

E o que pensar de produtos que garantem proteção por até 12 horas, sem necessidade de reaplicação? Isso é possível, segundo o farmacêutico Maurizio Pupo, porque hoje existem filtros fotoestáveis, que absorvem a radiação solar e oferecem uma barreira protetora por mais tempo sem sofrerem degradação. “Produtos com essa tecnologia são capazes de oferecer amplo espectro de proteção contra as radiações UVA e UVB e prevenir o envelhecimento precoce, rugas, manchas e flacidez”, afirma.

Mas essa proteção deve ser levada em conta principalmente quando se usa um filtro solar facial, por exemplo, para ficar em casa ou no trabalho. Quando se estiver diretamente exposto a sol por muito tempo, como na praia, o bom senso recomenda sempre a reaplicação.

“Em praias e piscinas, deve-se reaplicar o filtro a cada 2 horas ou após entrar na água; dentro de casa ou no trabalho, sem a exposição direta, o produto deve ser reaplicado a cada 4 horas”, finaliza a dermatologista Claudia Marçal.

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